quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Sibéria

Ah, aqueles olhos verdes claros,
Tão vermelhos de dor quebrados,
Era como se pudesse sentir a dor lá de dentro,
Nos prismas radiantes de cor e movimentos.

Dor de perda, dor do partir, quem é que sabe?
Apenas àquilo me atentei, no momento em que neles fui pego.
E ela disfarçou, dissimulou a dor como pôde.
Ah, mas quem é que pode tanta expressividade tentar esconder,
Dentro daqueles olhos tão raros, claros como alma-viva?

E as lágrimas eram áridas e eram gélidas,
Como lábios rachados no frio de solidão,
Destas que pegam a gente de jeito, no fim de tarde de outono,
Desejando que o mundo feche suas portas, só pra escutar nosso choro.

Deserto gélido impenetrável, Sibéria de corpo e alma,
Preferia vê-la sorrir, com os olhos me invadindo de calor,
Mas eram vermelhos, de dor quebrados,
Ah, aqueles olhos verdes claros...


3 comentários:

Isabela Pimentel disse...

Victor, q texto lindo e sensível!!!

Victor Jabbour disse...

Bela!

Obrigado, mais uma vez.

Essa foi uma situação que ocorreu semana passada, com uma pessoa que conheço.
E mesmo em situações não muito alegres, acho sempre incrível interpretarmos as sensações que pairam no ar, mesmo quando as pessoas não nos dizem em palavras. Mas olhos nunca escondem a verdade...

Bjoss!

Raphael Lima disse...

NUNCA!

Nem o coração erra com Eros na ponta... NUNCA.