LÁ

Espera a cá, preciso te cantar
As belezas que a madrugada me deu enquanto dançavamos sem saber que tudo também dançava com a gente. Estivemos pensando em qual seria o melhor caminho a ser traçado instante por instante e cada pensamento sendo mais do que importante, como uma fibra de luz da carne do sol que não vive sem a outra. Esperendo sem perder tempo porque na verdade se está fazendo como um lírio ou a infusão para o chá, um tipo de alquimia - Paciência e colocar água no filtro e deixar que se filtre por si, em si, sem pressa, pois rápido nem sempre se guarda o que se tem que guardar para liberar o que sempre estarå livre por si, em si, em mim e em todos nós. Aprecie como eu te escrevo com um segredo que só tu sabes apreciar o sabor temperado pelo tempo da verdade, que é outro tempo e que jamais começou e nunca terminará: O Sem Fim. Assim eu continuo como sempre a te compor ao som do trigo debulhado para virar música de pão em cada dia no teu corpo que me devora invísivel ou às claras ou no silêncio grosso da noite. A um som que nos sambaloleia continuo este meu serviço de melodiar sempre essas notas palavriosas que se expelem no meu ebó de hoje: Canjica com paçoca. Para todos os deuses e deusas que inventamos e que nos inventaram na Reinvenção Maior da Vida que não se explica tão bem como um jornal de notícias. Que não se explica mesmo é nunca talvez. Mas se vive! E como se vive! Vive-se tanto que até se morre. Mas continuamos! Como o verão? Como a luz de uma estrela que se explode e suas ondas se espalham por ai. Te cantei essa oferenda porque tu és tão divina e sempre eterna dentro de mim que não sei como te esquecer. Não posso! Não consigo e nem quero... Amada, te canto em Sol menor, Sol maior e em Lá sustenido, suspenso, suspiro doce e suspirante até que Aqui e Agora nós nos encantemos pela harmonia infinita da CANÇÃO.