sexta-feira, 3 de abril de 2009


Ela fala pouquíssimo com ele. Seu jeito de falar com ele se da pela dança, e, outras vontades que nascem da sua nuca. Ela tem os cabelos tão lisos e volumosos e gosta de embarcá-los no corpo dele, e, também enraizar-se nele. Nem mal acordou e perguntou a ele, só em pensamento. "Quer ouvir meu coração batendo?" Sábia inteligência dos corpos...Ela abarca em sua pele e em todos os seus orgãos internos um sentimento constante de aventura, mesmo enquanto está em silêncio meditando. Como uma nota grave de piano ele acordou sorrindo e levando a sua mão esquerda ao centro do peito daquele corpo, dela, sutil ao seu lado. Ela sorriu feito uma lua muito distante e sem pressa alguma olhava para os olhos dele, sorrindo de estralar nos olhos estrelas e cores intensas de sabores escorregadios-apaixonantes. Além da química o essencial do tato, do olfato, do palato, da vista e do ouvido interno. Ela sonhou que em suas mãos agora está a espada mais poderosa, seus desejos acima de tudo são infinitamente musicais e sua dança encontrou o par não perfeito ou certo ou ideal, não. Nada disso. Sua dança encontrou a língua divina do amor, o vocabulário sumário da gramática celestial que, em verdade é uma partitura cósmica em plena harmonia com o bem e o mal. Eles se abraçam e o mistério sorri. Nada mais acontece. O mundo vibra. Algo sem explicação dá o Sentido de tudo. Mudo.

2 comentários:

Victor Jabbour disse...

Bonito, meu amigo! Muito bonito!

Estamos de volta!

Abraço!

Victor

Raphael Lima disse...

Venha firme e na flexibilidade.
Bons fluídos para todos nós.
Abraço!