quinta-feira, 9 de abril de 2009

A chuva nos transborda o verão


Dia quente, desses de botar cidadão qualquer em disritmia de pensamento/corpo-físico. Um breve passar pela calçada e noto tantos suspiros quanto os vapores que se desprendem do asfalto magmático.
Então, pouco depois aos devaneios do meio-dia, a chuva precipita uma calmaria de renovações.

Somos um pouco como esse paradoxo climático: vaporosos que somos, insistimos em nos perdemos por demais em nossos frenesis taquicárdicos. É loucura, paixão, ânsia, tudo num só ser. Puro verão, num âmago em transformação. Acho que nunca nos perguntamos o quanto é o suficiente – existe suficiência no dicionário de quem quer viver tudo em um só momento?

Se deixassem, seria possível incendiar quarteirões afora, só pra preencher toda essa vontade de dizer/ser/estar. Nem que fosse por poucos segundos, manifestar o universo, na palma da mão do destino, que irrompe a cada segundo.

Mas, o “verão interno” também é apenas uma das 4 estações de nossas manifestações. Ah, e o quanto podemos aprender com a calmaria!

Como é bela a paciência da chuva a nos regar a alma com cada gota de novos caminhos! O aroma da terra lavada, renovada, para que novos sonhos possam ser plantados. O ruído alegre nos transborda de idéias a serem projetadas.

É mágico todo esse cenário criado por situações tão opostas, mas que se completam com inteira sabedoria.

A chuva nos transborda o verão...

Um comentário:

Raphael Lima disse...

hoje choveu.de imediato lembrei do teu texto.
bom