segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Memórias de um solitário.

Nestes três dias de carnaval eu estive como normalmente nunca estou. Fiquei sozinho. Estou a oito dias morando em uma casa nova. Oito dias um infinito. Sinto-me solitário e todos os objetos dentro de casa neste momento viram espelho e me revelam a minha imagem a todo instante. E não se trata apenas da imagem ex-terna. Se fosse assim acho que normal seria. Mas este espelho espalhado por toda a casa me enche de nudez interior e para tudo que eu olho me vejo por dentro, por baixo das roupas que "atropelam a verdade". É extremamente esquisito e poderoso o que sinto nestes dias, não me sinto triste, nem feliz ou apático. Sinto que surge o novo sentimento que eu sempre almejo, e, um sorriso cortante arrebenta-se feito broto no meu rosto-cor-po-inteiro. Fui a pouco ao mercado, estou sabendo que as pessoas estão de olho na China e no seu Mercado de olhos puxados para o capital-global que nos une em transações de interesses bem maiores que a minha solidão. A política das massas me invade o peito com as suas novidades sempre antigas que me encantam o conviver neste mundo que existe e que eu também fico inventando a cada pedacinho de energia fluida vibrando neste intenso sentido que eu vivo em-mim o tempo todo.

3 comentários:

Victor Jabbour disse...

Em verdade, somos solitários? Todos somos, se é que o paradoxo pode conter essa idéia!
Obrigado pelas palavras de elogio no blog!

Quero dizer que estou muito empolgado de nos juntarmos, você, Josa e eu para os aforismos desta vida! É claro, se me permitirem também bailar nesta dança!
Paz, meu amigo!
Abrax!

Raphael Lima disse...

Paz! Nos juntemos então! és eternamente bem vindo, com toda sua energia e liberdade.
Paz!
Jorram idéias e práticas da gente o tempo todo, vamos dançar sim, demoro!

Helena Erthal disse...

Goste muito do texto! Nesse caso vejo o que você chama de solidão como introspecção. Você tem a capacidade de descrever o que vivenciamos mas não exteriorizamos. Continue escrevendo!