O jeito de viver as coisas revira-te as gavetas,
Empoeira-te as prateleiras,
Esculhamba com teu terno armário, há tanto cuidado,
Para não mofar por inteiro em solidão.
O jeito de viver as coisas não enobrece, nem desanda.
Apenas acompanha tuas passadas apressadas,
Quase mancas, bambas, rumo a lugar nenhum.
O jeito de viver as coisas não é de Minas,
Nem do Rio, tampouco vem de Sampa,
Das ruas e das desordens ordenadas.
Nas calçadas recalcadas, passam autos perdidos,
Chapiscando o asfalto como foguetes.
Ah, vontade de dizer o infinito!
[o que quero, o que sinto]
O jeito de viver as coisas não retrocede, nem avança.
Paralisa a roda-viva, rende o mar que nunca amansa,
Consome nossos momentos, nos furta em esquecimentos,
Mas há quem grite: “Corra, pule e dance!”,
Entre museus de gente torta e vida insossa.
- E a senhorita, me cede este momento? – pergunto a ela, toda de branco
O jeito de viver a vida é o jeito que vivemos nesta dança,
Gira a valsa, levanta e cai, mas não se cansa.
16/11/2009
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
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2 comentários:
Vitor, lindo poema!!!
retrata muito bem a roda-viva que é a existência humana!
Beijos e boa semana
;)
muito bom, não mais desconhecido semeador!
que possamos nos ceder mais momentos como o de domingo
abrax
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