segunda-feira, 26 de outubro de 2009

AQUI

Despertei amado. Anda sem aguardar por recompensas porque a história que está sendo escrita compõe um realce de deslumbre sem igual. Entenda primeiro, depois sinta, compreenda e torna-te o que só tu podes ser no teu lugar escuro e claro de cada dia. Não cabe mais nada aqui dentro, preciso é sair e entrar em tudo que já é nosso pois está aqui entrojetado em todas as nossas partículas. Não há realmente o que falar, o que deve ser feito é dizer o silêncio e aguentar firme o caminhar pelo espaço nosso de cada cosmos instante que vivemos sem muitas vezes experimentar o néctar saboroso além do zen e do estresse. O néctar que escorre em todos e todas só poucos degustam e saem distribuindo gratuitamente por aí... Mas esse grátis vem da Graça e esta só se alcança com um delicioso esforço, que é singular para cada um. Não posso trilhar o caminho do meu mestre, devo por uma ordem vital intransponível trilhar a beleza de mim mesma: Adelaide da Costa Quente, prazer e dor! Ontem subi no terraço da minha casa e fiquei sozinha esperando nada acontecer, absolutamente nada. Depois de 11horas sem comer, sem beber, sem vontade para isto ou para aquilo e também depois de toda aquela chuva, senti a necessidade de chorar porque eu estava tão feliz sozinha e re-encontrada no meu íntimo... Não posso falar mais nada, não porque não queira, quero muito! Mas não sei como fazê-lo. Dizer o essencial e resolver todo o meu processo poético vitalício... Para cada dia há uma porção a ser degustada, digerida, excrementada e retornada ao sólo e ao céu em forma de adubo para novas sementes, folhas, flores e frutos deste e de outros mundos possíveis... O Eterno Retorno Retornante. Meu amor, amado! Venha ler nos meus olhos a luz que jamais se apagará enquanto Deus quiser que exista a Vida. Deus ou qualquer outra coisa que seja o DEUS de fato em minha constante tarefa de te amar sem esperar com o meu ego doentio algo em recompensa... Revelo-me para ti e te digo meu Nome mais uma vez: Adelaide da Costa Quente. Estou pronta para morrer de tanto me dar em troca de me dar melhor ainda até que eu alcance uma mensagem Verdadeira para compartilhar com todos e todas. Agora estou cansada, mas ouvi dizer dos apócrifos que Jesus antes de ir para cruz disse aos seus discípulos, nem tão fiéis, algo do tipo: "Vamos! Façamos uma roda e dancemos." Vou tomar um banho gelado, colocar a minha saia rodopiante vermelha-violeta e me lançar aos mitos vivos da clara noite dançante que me aguarda para sempre. E o que em Verdade queria te dizer era... Ainda não sei como falar. Mas um dia saberei e te conto.
AtÉ!

2 comentários:

Helena Erthal disse...

Rapha,
Linda viagem poética, Adelaide mostra tudo o que acontece no íntimo de pessoas em constante mutação (filosófica, espiritual etc>). Riqueza sem par, sozinha de si mesma...

obrigada pela presença no "Lua".
abraços

Lígia Aggio disse...

amei

e dancei

Sorte de hoje: A dança é a linguagem oculta da alma

dancemos!